Uma mulher desce apressada do ônibus. Um homem relembra sua vida enquanto está preso nas ferragens. Um garoto foge de casa com uma cobradora de ônibus. Uma senhora prepara a comida favorita para o fantasma de seu marido.

Vidas Despercebidas é assim, um trechinho de vida de gente desconhecida e comum, dessas que passam pela gente milhares de vezes durante o dia. São 100 pequenos relatos baseados em fatos, histórias que me foram contadas ou adaptadas, outras presenciadas por mim, ou vividas comigo, mas a maioria foram impressões que tomei de alguém que vi na rua, na condução, ou trechos de conversas entreouvidas. Estas passagens não têm conexões entre si, mas poderia dizer que teriam uma bem sutil: a memória urbana.

O Vidas Despercebidas nasce na manhã histórica de 11 de setembro de 2001, na Central do Brasil. O primeiro recorte que virou conto, já foi direto para Web. Ao longo dos anos, esses exercícios narrativos foram publicados no antigo blog do autor, Transeuntes, até o conto de número 78. As outras 22 pílulas foram escritas especialmente para o livro.

Publicado em 2013, pela Editora Verve, tem como arte da capa a obra Contrabando, do artista plástico carioca, baseado em Brasília, Matias Mesquita, em que pintou, a óleo, em pedras portuguesas de calçamento, retratos de anônimos. No interior, uma galeria de fotos permanente do fotógrafo carioca baseado em Porto Alegre, Alexandre Pedreira, quem registrou pessoas e objetos na rotina da cidade.

A versão impressa está esgotada mas você pode comprar o ebook aqui.

A adaptação dos minicontos e microcontos para os quadrinhos é um projeto que ainda pretendo dar continuidade.

Vidas Despercebidas é um livro pra gente curiosa, que a partir de cada microconto irá imaginar um grande romance sobre a vida da Leda, do Guilherme, da Laura, da Joana, do Denilson, da Luiza, da Eliana, do Sr. Fernando...